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artigo publicado recentemente no Project Syndicate, e reproduzido em vários jornais internacionais,
Dominique Moïsi aborda o papel internacional da União Europeia tendo em conta os acontecimentos no Médio Oriente e na Coreia do Norte, de modo a demonstrar que a União Europeia está a desempenhar, cada vez mais, um papel importante no mundo.
Destacam-se algumas ideias: 1) a tendência da ordem unipolar centrada nos Estados Unidos é transformar-se numa ordem multipolar, que passa não só pela Europa mas também por outras regiões, 2) em termos de valores (democráticos), a UE é o único aliado natural dos Estados Unidos, e por isso, terá que ser a UE a fazer com que a multipolaridade funcione, pois os outros países que estão a aparecer, tais como a China, a Rússia ou a Índia, não têm capacidade para desenvolver a estabilidade necessária ao sistema internacional, 3) adianta que, ao fim do mundo unipolar poderemos chamar a «hora da Europa», mas 4) a Europa terá de saber aproveitar a sua relação com os Estados Unidos e desenvolver-se em conjunto com, e não contra, eles.
De facto, a União Europeia distinguiu-se na cena internacional enquanto modelo de integração regional – o mais bem sucedido de todos os tempos. Porém, com o avançar da construção e integração europeia ressurgiu o dilema das fronteiras. Como delimitar a instituição, se era difícil delimitar o próprio continente?
A União Europeia cresceu arreigada aos seus dilemas internos, e ainda vive assim. Talvez isso tenha dificultado a sua afirmação plena enquanto potência hegemónica da ordem internacional. Mas clarificou a necessidade de se desenvolver em «parceria» com os Estados Unidos, e não isolada deles.
Penso que é um dado adquirido para todos!
Nota: vou ver que mais encontro sobre o assunto, e logo vos direi.