sexta-feira, dezembro 15, 2006

…ou Europa Fortaleza?

As migrações são, sem dúvida, um fenómeno do mundo moderno e um dos grandes desafios que a União Europeia enfrenta. Daí a importância de uma política de migrações sustentada, consciente e eficaz.

Por um lado, a Europa é um continente envelhecido e precisa de receber população jovem e activa que a ajude a rejuvenescer e a sustentar-se. Por outro, o conceito de “Europa fortaleza” não funciona…prova disso são os fluxos de imigração ilegal que não param de crescer e que revelam verdadeiros dramas humanos.


Por isso, um dos temas centrais do Conselho Europeu de Bruxelas de 14 e 15 de Dezembro foi, precisamente, a imigração ilegal. Os chefes de Estado e de Governo da UE aprovaram o reforço da política comum sobre imigração, afirmando-a como “prioritária” e dotando-a de mais meios. Pecando por tardia (criada em 2005), esta política poderá ser essencial para garantir à UE o acesso aos seus vizinhos do sul e do leste. Porém, ao contrário do que tem acontecido e do que as conclusões deste Conselho parecem indicar, a UE não pode continuar a limitar a sua acção ao controlo das entradas nas suas fronteiras e a procurar garantir o regresso e a integração dos imigrantes ilegais aos seus países de origem, mas terá assumir o combate às causas da imigração na sua origem como um princípio que norteie as suas políticas, reforçando para isso a sua política de vizinhança e os diversos fóruns de diálogo comum (como, por exemplo, a Parceria Euro-Mediterrânica). O futuro dos seus vizinhos depende disso. Mas o da UE também.