Medo dos americanos?!...
Esta semana começou com uma Conferência sobre a Política Externa e de Segurança Comum. Nela, duas posições receberam particular atenção por parte da comunicação social e opinião pública: as intervenções de Javier Solana, Secretário Geral/Alto Representante para a PESC e de Japp de Hoop Scheffer, Secretário Geral da Aliança Atlântica.
Solana, no seguimento de declarações proferidas anteriormente, apresentou as acções das forças militares europeias como autênticos sucessos – facto indiscutível – ao passo que Scheffer criticou o facto de ainda não existir uma verdadeira cooperação entre a UE e a NATO, afirmando que, no que às relações entre a NATO e a União Europeia diz respeito, estas ficaram presas nos anos 1990 do século XX.
O Secretário Geral da NATO defende que, tal como no final da Guerra Fria, a PESC está ainda no principio, faltando-lhe, por um lado, vontade política dos Estados Membros para avançar. Por outro lado, Jaap de Hoop Scheffer vê nos europeus um “receio instintivo” de que uma maior cooperação e interligação com a NATO signifiquem uma interferência excessiva dos EUA nos assuntos da União.
Aos 50 anos, a União Europeia ainda receia concorrer com o poderio americano? Como é que, depois de tanta coisa e de tantas missões, bem sucedidas, aliás, e que fazem com que as forças europeias sejam chamadas e respeitadas por todo o mundo (relembramos a importância no caso do envio de tropas para o Líbano), como é que pode ser possível ainda haver algum receio por parte dos europeus? Penso que a falta de vontade política e as dificuldades em aumentar o orçamento da defesa são as razões determinantes para esta falta de cooperação, e não qualquer receio dos americanos…
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