E a Turquia aqui tão perto
O assassinato de Hrant Dink, jornalista turco de origem arménia várias vezes perseguido pela justiça por difundir a sua tese que apelida de genocídio o massacre dos arménios sob o império otomano, leva-nos a reflectir, uma vez mais, sobre a liberdade de expressão no eterno candidato à União Europeia.
Ora recordemos: em Setembro, Hrant Dink reafirmara a sua opinião e arriscou três anos de prisão; nesse mesmo mês, Elif Safat, reconhecida romancista turca, fora julgada (e absolvida) por denegrir a identidade turca ao abordar a história dos órfãos arménios na sua última obra…e só no último ano foram instaurados mais de uma centena de processos jurídicos contra jornalistas e escritores (resultando em algumas condenações e encerramento de jornais), acusados do mesmo crime previsto no artigo 301º do código penal turco.
Na Turquia, enquanto Recep Erdogan procura prosseguir no caminho das reformas democratizantes do país e manifesta o seu apoio aos acusados, os partidos nacionalistas procuram garantir a manutenção deste artigo e identificam os compromissos do país para com a UE, nomeadamente sobre a liberdade de expressão, como uma tentativa europeia de destruir a Turquia. Por outro lado, também as novas leis anti-terroristas aprovadas em Junho de 2006, revelam que o legislador turco ainda não toca na mesma orquestra que Bruxelas deseja contratar.
É esta a Turquia europeia?
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