Disciplina e Indisciplina
Além da entrada para a União Europeia da Bulgária e da Roménia, 2007 ficou marcado pela adesão da Eslovénia ao Euro. Mas o cenário descrito pela OCDE no Estudo económico da zona euro para 2007, apresentado no início do ano, não é o mais positivo.
Apesar da retoma que se vai sentindo, a OCDE convida a alguma prudência e reformas na economia europeia, se o objectivo é aumentar o crescimento económico. Reformas que estão nas mãos de cada Estado-membro, para um objectivo comum: maior flexibilidade e integração das economias, em que o rigor na aplicação do Pacto de Estabilidade e Crescimento deve ser o mote.
Neste contexto, vale a pena abordar o artigo de Francisco Sarsfield Cabral publicado na revista Visão da passada quinta-feira. O caso português é sem dúvida curioso. Portugal pertence ao grupo fundador da moeda única, e foi também o primeiro a violar as regras orçamentais do Euro, mas nem assim conseguiu elevar a sua taxa de crescimento económico. Com o Euro acabaram-se as crises cambiais, o crédito elevado e começou o endividamento dos portugueses (incluindo o Estado) e a ilusão de que todos éramos ricos.
Sarsfield Cabral faz referência ainda ao caso alemão. Na onda do ‘faz o que eu digo e não faças o que eu faço’, a Alemanha foi a que mais incentivou as regras fiscais do Euro, mas foi um dos países que as violou. Esperemos que a tarefa na Presidência da União Europeia, agora a Alemanha e depois Portugal, ajude a solidificar a ideia da necessidade de rigor, disciplina e eficácia, indispensável no processo económico (e não só).
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