sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Merkel e o futuro da Europa


Reclamando o seu lugar na liderança europeia, Merkel decidiu agarrar o boi pelos cornos e afirmou a reanimação do Tratado Constitucional como uma prioridade da presidência alemã. A determinação da chanceler alemã em ser protagonista no desencalhar do impasse europeu, mostra-nos uma vez mais a importância da Europa Central no nosso projecto de integração (reforçada com o último alargamento) e revela-nos que a falta de visão e liderança a que os líderes europeus nos têm vindo a habituar tem agora uma voz dissonante e decidida a evitar um fracasso histórico.

O cinquentenário Tratado de Roma foi feito por 6 membros, a pensar em 150 milhões de habitantes, hoje somos 27 membros, com cerca de 500 milhões de habitantes. Nice encostou a porta dos alargamentos (por só ser possível funcionar até 27 Estados-membros), mas há outros países europeus com vontade e/ ou condições de aderir ou trabalhar para isso. Pensamos nos actuais candidatos (e que podem gerar alguma oposição), mas não só: então e se a Suiça ou a Noruega quiserem integrar?

Merkel sabe do imperativo em aprofundar, mas não se esquece da importância de alargar para que a Europa cumpra o seu potencial, ultrapasse as suas dificuldades de funcionamento e se converta num gigante político. Tem capacidade para o fazer, mas terá oportunidade? A ver vamos…