Giscard d'Estaing: o irredutível gaulês
Num momento em que a opção "mini" parece ser cada vez mais consensual, Giscard d’Estaing tenta ressuscitar o morto. No seu texto, o antigo presidente da Convenção para o Futuro da Europa recorda a legitimidade democrática do Tratado Constitucional (já ratificado por uma maioria qualificada), defendendo a preservação das partes I, II e IV, e alegando que apenas a parte III deverá ser simplificada.
Porém, diz sem dizer que, o excessivo ruído de fundo em torno do debate, escondendo a ausência de propostas concretas para o futuro Tratado, e o método de simplificação aparentemente escolhido por alguns líderes de "cortar" até chegar a um texto mais pequeno, apenas servem para atirar areia aos olhos dos cidadãos e passar noutros textos as propostas mais polémicas (“dividir para ratificar”).
No fundo, nas vésperas do Conselho Europeu, Giscard procura relembrar aos líderes europeus qual o objectivo fundamental do Tratado Constitucional, salientando a necessidade das reformas que nele constam…e que cortando a torto e a direito apenas se destruirão as propostas já conseguidas, levando a um novo tratado, sim, mas apenas a mais um tratado.
1 Comments:
Com efeito, este "tratado simplificado" parece ser mais uma solução algo forçada - e não muito convicta - para ir substituindo a Constituição que há muito é necessária, se se quiser avançar com o projecto europeu. Quanto ao «atirar areia aos olhos dos cidadãos», não poderia estar mais de acordo, tanto a este nível como (infelizmente) de outros, num processo cada vez menos transparente e distante de todos nós, europeus. O Dr. Barroso também não foi muito convincente, no debate de ontem...
Tenho procurado reflectir sobre estas e outras matérias, no meu próprio blogue, que convido a visitar e a nele deixar os desejáveis comentários e trocas de ideias, em www.eurovisoes.blogspot.com.
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